A tranquilidade oferecida pelo seguro que amplia a garantia de fábrica
Garantia Estendida cai no gosto popular e deve superar os R$ 4 bilhões em 2025. Desempenho segue o rastro das vendas de bens duráveis e semiduráveis. Por: Vagner Ricardo
O seguro Garantia Estendida avança à medida que cresce a conscientização do consumidor por proteção adicional a bens duráveis, como eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis. Em 2024, houve crescimento expressivo nos prêmios arrecadados: R$ 3,8 bilhões, aumento de 10,9% em relação ao ano anterior, informou o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira.
Antes mais um serviço de assistência, a conversão da garantia estendida em seguro deu mais segurança ao produto e também abriu portas para milhões de novos consumidores. Foi no ano de 2005, a partir da Resolução 122, de 3 de maio, do CNSP, seguida de regulamentação pela Susep.
Para separar o joio do trigo, a norma definiu que, para oferecer a garantia estendida, as empresas deveriam se transformar em seguradora ou se associar a uma para permanecer no mercado — e deu prazo de 180 dias para o alinhamento à nova legislação.
Naquele período, a nova classe média brasileira — termo cunhado pelo economista Marcelo Neri (FGV) para designar as famílias que saíam da classe D para C (entre 2003 e 2008, quando o número de pobres foi reduzido em três milhões) — propiciou uma significativa mudança no padrão de consumo, mediante o acréscimo de vários novos itens, especialmente alimentos industrializados e bens duráveis.
Vinte anos depois, a nova classe média brasileira submergiu, mas o seguro Garantia Estendida mantém sua trajetória de alta, confirmando o acerto da regulamentação. Na época, os prognósticos diziam que esse seguro daria um acréscimo de R$ 500 milhões por ano e deveria incorporar um milhão de novos segurados na carteira por mês, principalmente das classes C, D e E.
Apenas no primeiro bimestre do ano, a arrecadação foi de R$ 679,30 milhões, 10,36% acima do observado no mesmo período de 2024. Em fevereiro, a arrecadação foi de R$ 314,8 milhões, aumento de 6,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. A previsão é de que mantenha a taxa de crescimento em dois dígitos, na faixa de 10,5%. O seguro que cobre defeitos ocorridos após o fim da garantia de fábrica dos produtos segue em voo de brigadeiro.
TURBULÊNCIA NA COVID
Dyogo Oliveira lembra que o único momento de turbulência da expansão do seguro se deu durante o período da pandemia de Covid-19. “Durante esse período, com restrição às compras presenciais, o setor, que até então dependia fortemente da força de vendas dos lojistas, enfrentou desafios na comercialização”.
Os ajustes retomaram o viés de alta adesão ao seguro no momento da compra, sobretudo porque as grandes redes varejistas também ampliaram a oferta do seguro em suas plataformas digitais e físicas. O produto segue o jogo e se destaca entre as coberturas de bilhões no segmento de Danos e Responsabilidade.